Por que temos poucas operadoras de celular no Brasil?
Por: Servtell
No Brasil, a questão das operadoras de celular é um tema que desperta interesse e questionamentos por parte dos consumidores.
Por que temos tão poucas opções de operadoras de telefonia móvel em comparação com outros países? A resposta para essa pergunta está ligada às complexidades do espectro eletromagnético e às regulamentações governamentais que regem sua utilização.
O espectro eletromagnético é um recurso limitado e compartilhado entre uma variedade de sistemas de comunicação sem fio, incluindo TV aberta, rádio AM e FM, TV via satélite, radionavegação marítima e aeronáutica, meteorologia, entre outros. Essa compartilhamento de frequências implica em uma capacidade limitada disponível para cada aplicação.
Quando diferentes sistemas utilizam a mesma frequência simultaneamente, ocorre interferência, prejudicando a qualidade dos serviços. Para evitar esse problema, a maioria dos países, incluindo o Brasil, licencia faixas do espectro eletromagnético para uso específico em serviços de telecomunicações.
No Brasil, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é a entidade responsável por controlar e regulamentar o uso das frequências do espectro eletromagnético. O processo de licenciamento envolve leilões realizados pela Anatel, nos quais as operadoras de telefonia móvel adquirem o direito de utilizar determinadas faixas de frequência.
Um exemplo disso é a banda 7, que foi fundamental para o lançamento da tecnologia 4G no Brasil. A Anatel leiloou pedaços dessa frequência, permitindo que cada operadora tenha sua própria fatia do espectro para disponibilizar serviços de telefonia móvel.
Embora exista capacidade disponível em algumas faixas do espectro, sua utilização é cuidadosamente controlada para evitar interferências entre as operadoras existentes. Se uma nova operadora decidir entrar no mercado e utilizar uma faixa de frequência já licenciada, isso poderia causar interferências prejudiciais não apenas para as operadoras existentes, mas também para ela mesma.
Além disso, o processo de licenciamento e aquisição de espectro são caros e complexos, o que representa um desafio adicional para novas empresas que desejam ingressar no mercado de telecomunicações.
A escassez de operadoras de celular no Brasil não é simplesmente uma questão de escolha das empresas, mas sim resultado das limitações do espectro eletromagnético e das regulamentações governamentais que regem sua utilização. Embora isso possa ser frustrante para os consumidores em busca de mais opções e preços competitivos, é importante reconhecer os desafios técnicos e regulatórios envolvidos na expansão do mercado de telecomunicações no país.